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O medo é maior que o desconforto

Pelo teor da manifestação havida em São Paulo, no último fim de semana, em favor do presidente, tenho certeza que já não mais estamos vendo uma disputa que envolva a esquerda e a direita nas questões político-partidárias. O presidente, como também os manifestantes, demonstraram haver um fundo ideológico muito forte e contrário ao bom senso por ele e por esse grupo extremamente radical.
Por atitudes como essas é que está muito em voga a disseminação do ódio no país. As pessoas mais radicais acabam agredindo outros sem um mínimo de respeito às suas liberdades constitucionais. Assim, tudo poderá acabar em uma briga generalizada.
Quanto a não usar máscaras, esse grupo demonstra desrespeito total aos preceitos legais da proteção individual dos cidadãos: “cuidar de si para cuidar dos outros”. Pode haver uma razão para isso. Segundo Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o governo partiu da tese da ‘imunidade de rebanho’. Isto é: deixar morrer milhões de pessoas para que os 70% dos contaminados que sobreviverem desenvolvam a imunidade contra a Covid-19 (JC 14/pág. 19).
Entretanto, mesmo que os infectologistas e o próprio presidente afirmem que o uso de máscaras pode ser relaxado (o que, na verdade, não é o caso), a maior parte da população vai continuar usando máscara e isso deverá continuar por muito tempo, já que os adultos estão colocando até nos seus filhos menores. O medo, minha gente, é maior que o desconforto.

Na Economia. O PIB do Rio Grande do Sul cresceu nos últimos três meses 4%. Bom para a economia gaúcha. Naturalmente foi puxado pelo agronegócio que, sem sombra de dúvidas, é o nosso carro-chefe. Entretanto, está causando algum temor a baixa oferta de containers, principalmente, para nossas exportações de carnes. Sabe-se, por exemplo, que os cortes exportados não têm a mesma procura no mercado interno. Assim, é de difícil colocação aqui ou apresentará um custo de armazenagem tão alto que inviabilizará esse tipo de negócios.
Os mercados chinês, norte-americano e europeu estão fazendo os olhos dos armadores brilharem mais, pois estão desviando suas embarcações das rotas brasileiras para lá, prejudicando nossos produtores. Não somos os maiores exportadores do mundo.

Na política. Estamos prestes a retornar ao coronelismo. O voto impresso já tem maioria para passar na comissão da Câmara dos Deputados que trata do assunto. Certamente os parlamentares gostam da ideia, já que com o sistema de voto impresso ficará muito mais fácil comprar votos e ter a prova do voto de quem o vendeu nas mãos.
É bom lembrar que a urna eletrônica surgiu exatamente para acabar com os ‘currais eleitorais’. Por isso tudo e mais a inoperância existente, é que o prestígio dos legislativos e dos partidos políticos brasileiros estão com um conceito tão baixo.
Esse é um caso sério a ser examinado pelos eleitores. O problema não são todos os parlamentares; está nas maçãs podres que habitam as casas legislativas por esse Brasil afora. Esses elementos, já muito conhecidos, meus queridos e pacientes leitores, têm que ser tratados como chiclete.
Isto é: mastiga e joga fora.

Renan Alberto Moroni

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