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Economia, empresa pública e a estratégia de Leite

Temos que dar um voto de louvor ao presidente Bolsonaro, afinal, não criou nenhuma empresa pública para gerenciar a política de vacinação no país. Certamente, se tivesse criado, seria para satisfazer meia dúzia de políticos incompetentes em cargos de diretores, o que geraria muitos cabides de empregos para seus asseclas.
Porém, não posso deixar passar em branco a autorização para que um bispo (pastor evangélico) pudesse negociar vacinas pelo triplo do preço de mercado como foi divulgado. Isso ainda vai dar pano para mangas na CPI da Covid-19, no Senado.
Na política nacional os representantes do povo e os gestores públicos deveriam fugir, como o diabo foge da cruz, da criação e de manter empresas estatais que só dão prejuízo em funcionamento. Se elas todas são deficitárias deve-se privatizá-las, mesmo que para atender os mais necessitados seja criado um subsídio público.
O momento econômico nos diz: se uma empresa privada luta muito em manter seu negócio tendo um número restrito de diretores e funcionários com altos salários, imaginem uma empresa pública que tem um diretor desses de cada partido da situação sem considerar o número de CC’s como auxiliares. Vocês devem concordar comigo. É impraticável. Por isso que a política de mercado praticada pelo atual governo deveria agilizar as privatizações. Ajudaria a conter a inflação e também liberar muito mais verbas para investimentos em obras públicas em benefício do povo, tendo como resultado a geração de muitas vagas de trabalho, já que hoje estamos beirando os 15 milhões de desempregados.
Um exemplo de empresa pública “cabidão” de emprego às nossas custas: a Petrobrás, a cada semana está nos presenteando com mais aumentos, tanto nos combustíveis, como no gás de cozinha, mesmo que estejamos em fase de significativa queda no valor do Dólar em relação ao Real.
Mas como o mercado interno não consegue mais gerar impostos para sustentar a máquina pública, porque as vendas no comércio não estão reagindo o esperado, até pelo alto desemprego, o mercado não tem outra alternativa senão aumentar o preço dos produtos que de uma ou de outra forma todos têm que consumir.
Assim temos aumento da energia elétrica, em 52%, e dos combustíveis, em média, mais de 5%. Logo vamos comprar gasolina a R$ 7 ao litro e um botijão de gás (13 quilos) com valor entre R$ 85 e R$ 90.
Pelos salários que temos, um absurdo. Já não podemos mais passear. A continuar assim, logo teremos que comer também só alimentos crus.
Na política partidária, entretanto, há esperanças: nosso governador, ao assumir uma opção sexual, causou sua projeção nacional tornando-o um forte candidato ao planalto em 2022. Claro que terá restrições de alguns conservadores religiosos ou políticos, entretanto, terá ao seu lado grande parte do público feminino, além de todo o grupo LGBT. É uma força política muito grande. Para mim, se continuar sendo um cara ponderado e sério em seus compromissos, já está presidente.
Parece que o andar da carruagem está ajeitando as melancias. Se tanto Bolsonaro como Lula passarem o tempo trocando farpas e se ofendendo, nem Bolsonaro e nem Lula nos deixariam orgulhosos de um presidente por serem incultos e turrões. Certamente Eduardo Leite o faria.

Renan Alberto Moroni

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