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Desratização necessária

Apesar dos pesares, a covid-19 continua sendo o assunto mais comum nos noticiários diários. Porém, ela agora não é uma evidência como uma doença, mas, sim, como uma forma de auto projeção e, também, como uma forma de melhorar o faturamento de profissionais que, ao meu ver, são até antiéticos.
No Senado, por exemplo, a CPI está sujeito a virar mais um caso a ser resolvido no Supremo Tribunal Federal (STF). A condição das perguntas e das pessoas investigadas se repetem constantemente, assim como o ritmo musical nos bailes com bandinha.
Não basta apenas uma seção de chatos ataques ao investigado e assim o tempo vai passando até acabar como todos nós sabemos. Tentando mudar isso, o Senado pretende avançar sobre governadores e até prefeitos, pois alegam que a verba gasta com o processo de vacinação é federal. Como a CPI não tem poderes para avançar sobre estados e municípios por determinação constitucional, lá vai mais uma questão para os senhores do STF resolver.
Mas não é só pela política que a pandemia age de má fé. Está surgindo no mercado o “clube da consulta”, isto é: o cidadão compra um plano pagando como joia 300 mensalidades, que não devem ser baratas, como se fosse uma carência de plano de saúde com três anos pagos adiantadamente, e, a partir daí o comprador do plano passa a ter um consultor médico sobre qualquer doença ali na sua casa. Basta ter um computador ligado à internet e uma senha comprada no contrato feito.
Os planos de saúde estão aí para que? não poderiam ter pensado nisso antes? É aí que chegamos à ética profissional voltada $ó para a $aúde das pe$$oas.
Com relação a todas essas aberrações que estamos vendo, principalmente, na política é importante citarmos as palavras do ex-governador do Espírito Santo, Paulo Artung, que afirmou que uma nova política a ser implantada é uma questão de tempo.
Posso afirmar que o modelo atual já está mofado e se tornou uma espécie de ditadura das lideranças políticas do século passado. Essa cadeia vai desde a política nos pequenos municípios até o Congresso Nacional.
Às vezes, trocam-se até nomes, isto é: de pai para filho e demais parentes. Mas as cabeças pensantes continuam as mesmas. Talvez, este setor já precisa de uma “desratização”, ou seja, uma completa mudança em toda a estrutura congressual que parece estar concentrada apenas em condenar presidentes e seus ministros (e isso já vem de muitos anos) apenas para fazerem suas campanhas políticas para as próximas eleições, e de graça.
Nos municípios, basta olhar para os lados e vemos diariamente as velhas lideranças acompanhando os nomes mais novos para manter a mesma configuração política que gostam.
Até os mais sábios, às vezes, falham em suas expressões. A bola da vez foi Sua Santidade, ao afirmar que no Brasil tem “muita cachaça e pouca oração”. Essa colocação revelou que a autoridade religiosa não tem muito conhecimento da nossa cultura porque, segundo as estatísticas, o brasileiro é o povo que mais reza no mundo.
Mas entendemos. Na situação atual, as ideias se embaralham.

Renan Alberto Moroni

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