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Não desperdice o voto

Agora que as chapas concorrentes aos cargos de presidente e vice, e também de governadores e vices, já estão montadas, restam as análises. Quando olho para o status Presidente, parece que estou vivendo a época da eleição do Presidente Collor, só que em sentido contrário. Naquela eleição, as pesquisas apostavam em duas forças de esquerda, isto é: concorriam Lula e Brizola tendo, Collor correndo por fora.

A forma de fazer política de então, descartou Brizola no primeiro turno, Lula no segundo turno e Collor também, depois com dois anos de mandato, quando assumiu Itamar Franco, então do PMDB.

A polarização deste ano, os dois candidatos que mais estão na mídia, são de direita: Bolsonaro e Alkmin. Claro que Alkmin ainda não aparece com muita evidência nas pesquisas, porém, diante das estratégias políticas montadas alguns cientistas políticos estão apostando nessas duas chapas. Dentro dessas estratégias foi desmontar o avanço de Bolsonaro no RS, levando consigo Ana Amélia como vice, já que o PP local havia fechado com Bolsonaro.

Por outro lado, a esquerda está meio que rachada com várias candidaturas, como a de Ciro Gomes, do PDT, Addad do PT e Marina Silva, da Rede. Marina, neste primeiro momento, prevê-se que não atingirá metade dos votos que teve na última eleição. Parece desgastada politicamente. Ciro contava com o apoio do Centrão, depois do PT e acabou quase sozinho. Continua ainda cotado para arranhar o segundo turno, porém, terá que mudar muito suas atitudes, principalmente, quanto a sua capacidade de dialogar e negociar com possíveis parceiros.

Fernando Addad, por sua vez, está na expectativa da impossibilidade oficial de que Lula possa concorrer. Mantém a coerência em se associar ao PCdoB por se tratar de outro partido com fortes vínculos sindicais. Porém, jamais conseguirá absorver todos os votos que iriam para o Lula, caso esse realmente não consiga concorrer.

Ainda engatinhando está o MDB com Meirelles e Rigotto. Se mantiver a tradição, chegarão em quinto ou sexto lugar na eleição por que, na realidade, o MDB não é um partido. Como dizia Brizola, é um movimento onde cada parlamentar tem seu partido próprio. Como fez desde a saída do regime revolucionário até hoje, no segundo turno encostará em quem oferecer melhores acordos.

Se não ocorrerem os acordos que os contente, novamente criarão situações de difícil governabilidade para o eleito, principalmente, se o candidato eleito não obtiver um significativo apoio de parlamentares no Congresso Nacional. Então, poderá ocorrer o mesmo que aconteceu com Collor e Dilma. Sem maioria no Congresso, o eleito cairá em pouco tempo ou por renúncia ou por cassação.

Como também nas pesquisas, em torno de 25% dos eleitores deverão votar em branco ou anular seu voto, possivelmente teremos a menor renovação no Congresso dos últimos 50 anos. E isto, meus leitores, será muito ruim para todos. Esperemos mais uns dias só para ver como se darão os ajustes políticos.
O importante será não desperdiçarmos essa oportunidade de limpar o Congresso não votando em branco ou anulando nosso voto. Temos muitos candidatos novos que poderão ajudar a mudar esse Brasil político.

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Renan Alberto Moroni

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