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Para a economia, setembro é o limite

Anualmente, mais ou menos por esta época do ano, o grande mercado começa a jogar bombinhas na rua para espantar, ou preparar as pessoas para os aumentos que pretendem em seus produtos. Na semana passada eram os produtores de leite que, em razão do frio previsto para esta semana, comentavam em alto e bom som que o gado leiteiro, em razão do clima, sofreria demais e haveria baixa na produção.
Nesta semana, os produtores de commodities estão alertando para a seca como causa para terem prejuízos na safra de inverno. Só falta agora os avicultores começarem a preocupar a gente com o alto custo da produção de ovos.
Gente! Desde quando eu era um piá no inverno havia escassez de leite, de ovos, e de muitos produtos agrícolas que eram oferecidos para o consumo. Nos tempos modernos, com novas tecnologias de plantio e criação a maior parte desses impasses foram superados com silagem, estufas, aviários aquecidos, irrigação de lavouras e outras modernidades mais. Porém, essas novas tecnologias não conseguiram mudar o discurso dos produtores.
Porém, há uma forte razão para isso. A ganância por um lucro maior. É compreensível que é o lucro que move a economia de mercado, no entanto, quando esse lucro é exagerado pode trazer muitas consequências nocivas, como a redução do consumo e a necessidade cada vez maior de o Estado investir na saúde dos seus cidadãos que já não conseguem manter seus planos de saúde.
Aonde o Estado obterá o dinheiro necessário para isso? Logicamente, cobrando mais ou elevando a arrecadação dos impostos, ou não alterando a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física, ou aumentando as aposentadorias e pensões com índices muito abaixo da inflação real e, por consequência, mantendo a desvalorização constante do salário mínimo que há pouco mais de três anos era de quase 500 dólares e agora beira os 175 dólares, tirando o poder de compra da população. Com isso a economia interna não deslancha e o resultado estamos vendo com o aumento da pobreza, do desemprego e da fome, além do constante fechamento de pequenas e médias empresas.
Segundo alguns experts em economia, setembro é o limite. Ou retoma-se as condições para melhorar o consumo interno ou poderemos viver um verdadeiro caos. Neste momento de insegurança temos que tomar algumas medidas que são lógicas, porém, que agora são importantíssimas. Vamos planejar melhor nossas vidas, de uma forma que o dinheiro não termine antes do mês.
Devemos fazer um esforço muito grande para estruturar nossas despesas, de acordo com o que recebemos, deixando uma reserva de, pelo menos, 10% para emergências.
Primeiro, vamos colocar aquelas contas que não podem atrasar; isto é: aluguel e ou prestação do imóvel próprio. Segundo, as contas variáveis que podem ser contidas ou reduzidas como energia elétrica, água, gás, alimentos, etc. e, terceiro, as demais despesas que podemos reduzir ou eliminar com mais facilidade.
O importante é não esquecermos os 10% de poupança. Em alguns casos, até essa poupança deve ser reservada logo no início do mês para se criar o hábito de economizar. Feito isso, poderemos não estar ajudando a economia como um todo, mas a economia doméstica estará preservada.

Renan Alberto Moroni

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