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A quantidade nos mata

O que ficou claro na aprovação em primeiro turno do projeto da Previdência é que realmente o direcionamento da economia pretendida será retirada dos que se aposentarem pela iniciativa privada. No projeto inicial, a economia prevista era de R$ 1 trilhão em dez anos, porém, com a manutenção em destaque do regime especial para os professores, essa previsão baixa para R$ 900 bilhões nos mesmos dez anos.
Mas, porque os visados são os assalariados da iniciativa privada? Muito simples; o número de aposentados pela iniciativa privada é de aproximadamente 25 milhões, enquanto que, os aposentados pelo serviço público federal não passam de um milhão. Então, se o governo tirar um real de cada um dos pretendentes à aposentadoria na iniciativa privada resultará numa economia de R$ 25 milhões, enquanto que, se tirar esse mesmo real dos aposentados públicos, a economia não passará de R$ 1 milhão. Mesmo que resolvesse tirar R$ 10 das aposentadorias públicas sua economia seria de R$ 10 milhões mensais e não dos R$ 25 milhões por retirar um real dos pretendentes da iniciativa privada. Infelizmente, é essa a visão do atual governo sobre a reforma da previdência. Tirar um valor menor de todos prejudicando os que ganham menos sem atingir os que ganham mais. Só que essa atitude não passa de um paliativo porque a real carência no país é de empregos para que com mais salários haja mais dinheiro em circulação e maior geração de empregos.
Então, meus amigos leitores, haverá prejuízo aos mais pobres? Com certeza, porque um real na conta de quem ganha R$ 5 mil por mês representa muito menos do que a perda desse um real para quem ganha R$ 1 mil por mês. Por isso e pela visão monetarista da quantidade de valor a ser economizado propõe essa situação para a população. Na verdade, a quantidade de aposentados pela iniciativa privada provoca esse pensamento.
Economicamente, a visão monetarista dos governos de direita como o nosso, acredita ser essa uma fonte de poupança para que o Estado tenha condições de efetuar novos investimentos para geração de empregos. Mas, não está considerando também que haverá sensível queda de arrecadação que prejudicaria sensivelmente o projeto de novos investimentos, mesmo que da iniciativa privada.
A atual proposta, a não ser pela instituição da idade mínima para que o cidadão possa requerer sua aposentadoria, não passa de uma medida como foi a da reforma trabalhista posta em prática no governo Temer, que não resultou em nada positivo para a geração de novos empregos.
A verdade é que desenvolvimento real e sustentável somente se obtém com dinheiro na mão das pessoas para que possam gastar. Um assalariado sempre estará propenso a comprar, além de alimentos, algum bem para seu conforto e bem-estar. Aumentando o consumo, deverá haver incentivo para aumento também da redução o que provocará o aumento na geração de empregos.
Os investidores, por sua vez, além de serem poucos, não consomem mais bens do que um cidadão comum. Ao contrário, o investidor é uma pessoa que está com dinheiro na mão só esperando uma oportunidade para comprar títulos, ações, letras do tesouro, afim de, em pouco tempo poder negociá-las obtendo um bom rendimento. Só que esse tipo de negócios não gera novos empregos.
Segundo alguns economistas internacionais, a seguir essa forma monetarista de governar e incentivar apenas investidores fará com que um dia o dinheiro acabe. Então, só restará uma saída: uma guerra.

Renan Alberto Moroni

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