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Não adianta distribuir culpas

O presidente achou que seria mais fácil administrar o Brasil. Agora, está começando a enfrentar os primeiros percalços reais da sua administração.
Num pais onde a Classe Política é tão grande e seus direitos excessivos, não resta dúvidas que se faz necessária muita negociação para aprovar qualquer mudança no “status quo”. Atual.
Não é fácil convencer o Congresso Nacional sobre a necessidade de reformar a Lei que rege as aposentadorias no Brasil. Essa dificuldade está diretamente ligada à falta de esclarecimentos ao público de forma simples, precisa, com palavras que o povo entenda seu significado – não só trocando o nome para ter mais fluxo de rua ou de esquina – e também explicar o porquê das reformas e onde o poder executivo, o poder legislativo, o poder judiciário e os militares vão contribuir nessa reforma.
Então, considerando só a proposta de reforma nas aposentadorias estamos observando duas coisas importantes:
1- Os sindicatos, sem esses esclarecimentos, estão provocando movimentos de rua apoiados por políticos de oposição ao governo. Nesse caso, bastaria mais um empurrãozinho da grande imprensa para recriar o movimento popular dos “caras pintadas” com suas consequências nefastas como foi a trapalhada das diretas já, sem a devida preparação com uma reforma bem elaborada na Constituição, reforma tributária, reforma política e reforma do judiciário, com o medo de que se demorasse muito ensejasse uma revolução civil. Naquela época deixaram o Congresso decidir e deu no que deu.
2- Por outro lado, morosidade dos partidos políticos de apoio no ao atual governo no Congresso Nacional, em definir as suas ideias para contribuírem com melhoramentos o que julgam excessivamente ruim para a população e votá-la rapidamente, está apenas dando tempo para que mais movimentos sociais se criem podendo gerar grande estabilidade social, econômica e política no Brasil. Nesse caso ainda está muito clara a intenção dos deputados condicionarem qualquer decisão ao velho toma-lá-dá-cá.
Em vista disso, temos frequentemente ouvido o Presidente usando até de palavras vulgares para condenar esses movimentos. Os primeiros atingidos foram que participaram do movimento contra o corte nas verbas para educação por ele chamados de “idiotas, imbecis e massa de manobra a serviço de alguns”. Os atacados agora estão sendo os próprios políticos disparando frase “ o grande problema do Brasil está nos políticos”.
Não é tão errada sua interpretação, porém é muito difícil conciliar tudo isso para atingir objetivos traçados quando até seus aliados começam a roer a corda. Essa experiência, porém, ele deveria ter trazido do tempo em que ele foi Deputado Federal onde a propinaria corria solta para aprovação de qualquer coisa.
Agora não adianta lamentar as ações do Congresso.
Se fossemos uma democracia nos moldes de algumas europeias, bastaria dissolver o Congresso e convocar novas eleições, porém nossa Carta Magna não oferece essa condição, assim, só resta negociar e fazer mais uma fiada de retalhos nessa concha de Leis que regem as ações políticas em nossos país para durar, quem sabe, mais uns cinco anos e depois novo governo tentar, sob os mesmos pretextos, reformar a previdência Social. Enquanto isso do valor do dólar sobe, e o desemprego aumenta e a instabilidade social fica cada vez maior.

Renan Alberto Moroni

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