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A luta para separar o joio do trigo

O Carnaval já terminou e agora é que poderemos julgar os atos dos nossos governantes, suas alianças o futuro deste ano político.
Como afirmou o economista Samuel Pessoa JC 05/03c “ Apesar de ser difícil separá-los, há joio e há trigo, e, sem trigo a política não anda.
Num regime presidencialista como é o Brasileiro, que, aliás, é muito mais parlamentarista do que muitos regimes parlamentaristas europeus e muito menos presidencialista do que o presidencialismo praticado nos Estados Unidos, sempre haverá a necessidade da negociação entre executivo e legislativo para formar um bloco de governabilidade.
O que não podemos, é confundir negociação, com toma-lá-dá-cá como vínhamos tendo nos últimos anos, onde os partidos de apoio ao governo não constituíam um grupo coeso para as decisões e reformas necessárias ao país e sim negociava cada novo projeto mediante liberação de cargos e obras o que favoreceu a distribuição não proporcional de cargos e emendas parlamentares propiciando unicamente as negociatas e a corrupção.
Como em campanha Bolsonaro avisou que seu partido não compartilharia do toma-lá-dá-cá que vinha ocorrendo, colocou no mesmo saco situações bem diferentes, isto é: o joio e o trigo.
O desafio do presidente, agora será a de formar um grupo ideologicamente homogêneo entre partidos que lhe oferecem apoio no Congresso para que possa tomar suas decisões, mediante um compartilhamento de poder com esses partidos que formarão a sua base.
Inclui essa coalisão as ações de nomeações para os cargos auxiliares de governo como também da liberação de recursos para pagar emendas parlamentares o que, sem sombra de dúvidas, faz parte de qualquer negociação política.
Esse tipo de negociação, dentro de um grupo de apoio homogêneo, tende a favorecer a nação dentro do ponto de vista de plano de governo e é muito diferente do toma-lá-dá-cá que arregimenta parlamentares aleatoriamente para aprovar um projeto sem o comprometimento de apoio nas grandes decisões (como a reforma da previdência e as Leis anticrime propostas) que acabará sempre no caminho da corrupção.
As negociações, é bom esclarecer, acontecem em todo o regime multipartidário e em qualquer parte do mundo mesmo em regimes monárquicos onde a figura do soberano representa apenas o poder moderador.
Resta a nós a expectativa de saber se o atual Presidente e sua equipe terão a capacidade de separar o joio do trigo para formar esse grupo de coalisão para ter sucesso na governabilidade do país e parar de ficar somente demonizando os partidos que compõe a força política de oposição e suas ações, porque sem oposição também não há democracia.
Se não conseguir agir dessa forma, permanecerá a desorganização macroeconômica do pais, o povo sem emprego, o medo da inflação, o medo de investir, queda de renda e como consequência a derrota eleitoral.

Renan Alberto Moroni

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