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Próximos de outra crise econômica

Porque afirmo isso? Muito simples: há uma lei econômica que diz que no mundo, nada se produz; tudo se transforma. Então, se no mundo jurássico se consumia pão, é porque o trigo era transformado em fécula através de um polão artesanal, da mesma forma descascava-se o arroz, e assim, transformavam-se todos os produtos primários em bens de consumo. Até o betume que usou Noé, e todos os navegadores que vieram depois para impermeabilizar seus barcos “ou arca”, é um produto obtido na natureza (hoje, chamamos de petróleo). Certamente também as águas termais estavam muito próximas às áreas de extração do betume para que as pessoas pudessem se “lavar” com água bem quente e retirar o óleo da pele. Então, nada se produz, apenas transformamos e otimizamos através das novas tecnologias.
No mundo de hoje, quem mais avançou em tecnologia está discutindo muito as relações econômicas com os países emergentes. Enquanto grandes países continuam rediscutindo suas relações comerciais, o mercado flui porque o mundo precisa muito de alimentos e outros produtos primários. Afinal, eles comandam todo o desenvolvimento dessas economias.
Todos os demais negócios rodeiam esse desenvolvimento primário de produção. Então, quanto mais espaço de produção tem um país, menor poderá ser o impacto na economia porque terão ao seu lado produção das matérias primas para que os outros desenvolvam suas economias. É importantíssimo que os países tenham investimentos internos na produção de outros bens de consumo além da produção agropecuária.
Se não se prepararem para essa evolução e continuarem importando os bens de consumo duráveis ou grande parte deles, certamente ficará com um mercado interno muito desprotegido e enfraquecerá e suas divisas internas e prejudicará o crescimento interno, que não depende só da exportação dos bens primários; dependem de um mercado interno que tenha poder de compra. É importantíssimo que se gere muitos empregos para que as pessoas obtenham recursos para consumir, isto é: comprar produtos fazendo com que se gere impostos para que os municípios, estados e o país também tenham recursos para investir em obras e melhoramentos e facilitar a vida dos cidadãos, principalmente naqueles pontos básicos como educação, saúde e segurança e porque não dizer: emprego.
Hoje observamos que o governo quer fazer a economia girar usando um método capitalista, isto é: onde quem faz a economia andar, são os investidores privados. Estado, apenas fiscaliza e determina as normas de execução. Até aqui, tudo se compreende. Porém, sem medidas que facilitem o consumo interno, podemos facilmente cair na armadilha provocada pelas crises em outros países e suas relações como no caso da redução das exportações para a Argentina.
Devido à crise atual daquele país, estamos exportando 40% a menos neste ano. Situações assim, se não houver um mercado interno estruturado, haverá desemprego que é ruim para todos os setores da economia interna.
Portanto, se o sistema adotado pelo atual governo incentiva investimentos privados na economia podendo alterar completamente o sistema protecionista que vivemos até hoje, também precisamos que o governo mostre credibilidade suficiente para implantação do sistema. Se houver a implantação efetiva, poderemos ter uma redução superior a 50% no quadro de funcionários públicos que temos hoje.
É de pensar...

Renan Alberto Moroni

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