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Mudanças e suas consequências

Muitos querem esquecer o mês de março de dois mil e vinte e um por uma série de motivos, principalmente devido a pandemia e suas consequências, sejam quais forem. Por outro lado, um novo mês, como qualquer marco representativo de troca de etapa, sempre traz um sentimento de mudança.
Podemos usar comparativamente esse momento de mudança, com o corpo humano e sua rede interligada de acontecimentos internos. As alterações corporais acontecem em duas vias. Quando saímos do sedentarismo e iniciamos uma vida fisicamente mais ativa, e, quando fizemos esse percurso ao contrário, voltando para um estado mais sedentário. As velocidades e tempo de respostas são diferentes.
No último mês, com o fechamento e restrições do uso das academias, os praticantes tiveram suas opções reduzidas ou tiveram que adaptar seus treinos. Agora, com o reconhecimento da essencialidade das academias e a retomada gradativa dos alunos, percebemos pelos seus feedbacks que houveram “retrocessos” no condicionamento físico com perdas nos padrões trabalhados. Alguns retornos como ‘’os pesos parecem que são mais pesados’’, ‘’senti muito mais o treino”, “não tenho mais força”, “não conseguia caminhar no dia seguinte”, etc.... são reflexos de uma redução ou parada na pratica de exercícios. O interessante desse retorno é que a parada foi em um período de praticamente 1 mês.
Se pensarmos a longo prazo, para indivíduos na chamada 3ª idade, as consequências podem ser ainda mais graves, e acabam interferindo em outro conceito denominado, a aptidão funcional, que é a capacidade fisiológica para a realização das atividades da vida diária de forma independente.
A perda de força muscular, natural da idade, particularmente dos membros inferiores têm sido associados ao maior número de quedas, e, a diminuição da densidade mineral óssea a maior probabilidade de fraturas. Outras alterações adversas, tais como, intolerância a glicose, coronariopatias, a hipertensão, a desnutrição, a ansiedade, a depressão e a insônia acarretam um défict de qualidade de vida no idoso.
Dentro do programa de mudanças que vivenciamos diariamente, a pratica de exercícios físicos de forma isolada não faz milagre, mas se trabalhado de forma conjunta com outras esferas do cotidiano, (mente, religião, descanso, vida social, etc...) faz uma diferença enorme para a nossa qualidade de vida, e nos auxilia a enfrentar os desafios da vida de forma mais fácil ou menos traumáticas.

Jean Rasia

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