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A história do corpo perfeito

Falar sobre o tipo de corpo perfeito ou ideal é difícil, complexo e provavelmente não acharemos uma resposta adequada, ao mesmo tempo, principalmente, se observarmos diferentes culturas e períodos ao longo do tempo.
Por um grande período a beleza era uma qualidade e atributo masculino. Na Grécia, entre os séculos V a.C. e I a.C, a beleza corporal caracterizava-se pela harmonia e proporção corporal entre as partes inteiras. A face devia ter 1/10 do comprimento total, a cabeça, 1/8, o comprimento do tórax 1/4 etc. Exaltava o corpo masculino retratado nu, treinado em ginásios como preparação dos atletas para os jogos olímpicos. Para a mulher não era permitido a nudez, e deveria estar sempre coberta. Ser um homem bonito era fundamental, mas ser uma mulher bonita era sinal de problema.
No império romano permaneceu a estética centrada no masculino. A mulher ainda devia estar coberta. A discrição era a norma. Pele branca, faces rosadas, lábios vermelhos, sobrancelhas grossas e bem marcada, sem sardas ou manchas na pele. A maquiagem podia embelezar, mas sem destacar. Mulheres que exagerassem na maquiagem eram vistas como adúlteras ou prostitutas.
Na idade medieval a Igreja condenou a vaidade, passando a considerar um abominável ato pagão. Cuidados pessoais e com a higiene foram deixados de lado. O homem detinha o poder e a mulher era considerada “pura” (Virgem Maria) ou “pecadora” (Eva).
A beleza do corpo volta a ser destacada no Renascimento, e novamente a do homem é exaltada. A mulher não fora valorizada, pois era considerado que não havia nenhuma proporção perfeita. A partir do século XVI os corpos femininos passam a ser destacados nas artes, como algo a ser tocado e desejado. Pinturas femininas com corpos nus e seminus são retratadas.
No século XIX, o homem é a pessoa dos negócios e aquele que toma as decisões. A mulher dona de casa, é prisioneira das armações, corpetes, saias e, principalmente, do espartilho, para levantar os seios e afinar a cintura, considerado um padrão de beleza para todas as classes sociais.
Nos dias atuais, a publicidade de alguns produtos, clips musicais e o forte apelo das grandes marcas da moda, ditam o curso das mudanças na busca do corpo perfeito para homens e mulheres. Não podemos esquecer que mesmo sendo adaptável, o corpo humano possui certas restrições genéticas e como tal deve ser respeitado.
Fica como dica, acompanhe a próxima coluna, que falarei mais sobre isso.

Jean Rasia

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