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Somos eternos insatisfeitos?

Com a vinda do frio, conversando em encontros casuais com as pessoas escutamos uma frase já conhecida: “se está frio, queremos o calor, se está calor temos saudades do frio”.
Parece que nunca estamos contentes. Fiquei pensando no quanto o ser humano geralmente deseja o que não tem, e, neste caso, a sensação que fica é a de que estamos sempre insatisfeitos.
Será?
É comum imaginarmos que determinada conquista trará a tão sonhada felicidade. Ter o emprego dos sonhos, o carro do ano, a roupa da moda, o celular da última geração ou ainda esperar por uma data especial para poder se reunir com os amigos.
Todas essas situações aparecem, muitas vezes, como ideais para alcançar a almejada satisfação na vida. Mas, depois que os objetivos se concretizam, o prazer da realização nem sempre dura e a insatisfação volta a atormentar.
A reflexão que faço é de como, por vezes, não se aproveite a conquista em si, não se desfruta do momento presente, pois estamos em constante “ir em busca” do que, necessariamente, curtir o momento.
A insatisfação pode ser considerada positiva, pois possibilita ao sujeito se desenvolver, faz com que as pessoas se movimentem em busca de viver melhor. Porém, é possível perceber que o acesso às inúmeras facilidades que o mundo atual nos proporciona, fez com que aumentasse muito as possibilidades e os padrões de satisfação. Focamos, muitas vezes, em buscar do que necessariamente em aproveitar.
Se por um lado estar insatisfeito leva o indivíduo a se aprimorar e buscar outros caminhos, por outro, é capaz de promover uma angústia permanente. E isso é muito prejudicial.
Como tudo na vida, precisa ter um equilíbrio, e para isso é fundamental olhar para si e poder pensar no que é essencial em sua vida, assim, poderemos identificar satisfação nas pequenas coisas que a vida proporciona.

Renata R. Cimadon

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