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Problema se verifica especialmente nos mais jovens, que tem outros propósitos e permanecem poucos dias nos postos de trabalho; Brasil registrou um aumento de 56% da rotatividade de funcionários, ficando à frente de países europeus.
A rotatividade de funcionários é uma das maiores preocupações para o setor de Recursos Humanos e Departamento Pessoal. Segundo um levantamento realizado pela Robert Half, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Brasil lidera o ranking de turnover (taxa que mede a rotatividade de profissionais) no mundo todo.
Segundo os dados, o país registrou um aumento de 56% da rotatividade de funcionários, ficando à frente de países europeus, como Bélgica (45%), França (51%) e Reino Unido (43%). Esse cenário também é visível nas empresas de Garibaldi e um dos exemplos é na Cooperativa Cairú.
“É preocupante, temos várias vagas em aberto nos mercados e farmácia. Há mais de um ano não conseguimos completar nosso quadro de colaboradores”, comenta Cláudia Costi, do setor de Recursos Humanos (RH) da Cairú.
A rotatividade é grande, relata Cláudia. “Temos candidatos que trabalham um dia, uma semana e saem sem mesmo terminar o contrato, que é de 30 a 60 dias”, conta. Segundo ela, cada situação apontada é diferente. “São várias justificativas, como horários de sábado e domingo, o pessoal não quer compromisso nos finais de semana, e como há emprego sobrando, vão buscar outras vagas. Em todo emprego novo vamos encontrar desafios e dificuldades e considero importante a persistência e o esforço em permanecer no cargo”, diz.
Ela faz sua análise do porquê dessa situação. “Eu estou no Cairú há 30 anos e percebo como os valores e as percepções do que realmente importa mudaram com as novas gerações e com isso temos a missão de se enquadrar nesses novos padrões para tentar reter e buscar talentos”, observa Cláudia.
Outra empresa garibaldense, a Rápido Garibaldi, enfrenta esse problema. “A rotatividade não acontece por um único motivo apenas. Talvez, se formos olhar caso a caso, encontraremos um motivo para cada pessoa, mas no montante as motivações são várias. Muitos diriam que são muitas as opções no mundo corporativo. Mas, então, porque vão para a melhor oferta e nem assim se estabilizam?”, questiona Roselaine Colaziol, coordenadora do RH da empresa.
Entre os diversos fatores ligados à rotatividade, ela cita a insatisfação, que pode estar relacionada a questões salariais, lideranças, culturais e, ainda, as pessoais. “Arrisco a dizer que essa última, é mais velada que as demais, porque não é fácil identificar e concluir quais seriam essas motivações. As pessoas querem tanto um emprego, mas não se sujeitam a ele. E não acredito que todas as situações são motivadas pelas organizações e suas normas e leis, e sim por aquilo que um pessoa traz em sua bagagem pessoal, como seus valores, suas crenças e seus objetivos”, entende.
Segundo Roselaine, permanecem empregados na empresa uma parcela muito pequena. “A maioria, entre dois a cinco meses, estão saindo e outra parcela muito pequena trabalha menos de um mês e nem comparece todos os dias ao trabalho. Justificativas são variadas, diria até muitas desculpas, mas se são a realidade de fato não temos certeza”, diz a RH da Rápido, que tem atualmente sete vagas abertas.