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Therezinha, Garibaldi em vida

Redação O Garibaldense 03/09/2018
Com voz mansa, Therezinha contou sua história ao O Garibaldense / André Moreira

“Eu vivi Garibaldi”. Foi com essa frase que Therezinha Spader começou a conversa com a reportagem de O Garibaldense, na ensolarada tarde de segunda-feira, 27. No alto de seus 80 anos, There, como é conhecida, é personagem da história do município: ela é fundadora de diversos grupos jovens, como as Bandeirantes, da Glória, Jufra, Quaerite e Fratelli, além de ser responsável pela vinda do Movimento de Cursilhos e Emaús para Garibaldi, tudo isso durante as décadas de 70, 80, 90 e 2000.
Em paralelo à atividade como liderança social, There graduou-se em odontologia, em 1966, e atuou no ramo por 48 anos. Hoje, já aposentada das clínicas, é referência na área no Rio Grande do Sul. “Nos primeiros 30 anos, trabalhei cerca de 15 horas por dia. Trabalhei muito na vida, mas nem por isso me prejudiquei”, conta There. A história de Garibaldi se confunde com a trajetória dela. Em 1981, durante a primeira Fenachamp, ela foi responsável pela animação artística do evento e, na mesma década, coordenou o grupo que jardinou a entrada e principais canteiros do município.
A vinda do Movimento Cursilho para Garibaldi é outra história que Therezinha Spader tem orgulho de compartilhar. Ela lembra que, em 1975, quando fundou as Bandeirantes, as mães das participantes pediram pela vinda do Cursilho para a cidade, que havia iniciado, anos antes, em Caxias do Sul. Ela foi pessoalmente, por orientação de Frei Constantino, pedir autorização ao bispo para o início na cidade. De prontidão, o pedido foi acatado. Hoje, o Movimento Cursilho, que deu origem ao Movimento Emaús, representa a fé e religiosidade garibaldense.-
Foi o trabalho com os menores, no entanto, que mais marcou sua rica trajetória de vida: durante décadas, reuniu grupos em sua própria casa, onde passava os ensinamentos religiosos e sociais que aprendeu, principalmente, durante a formação como Bandeirante, no Rio de Janeiro. “Me sinto muito feliz de ter contribuído com a formação de tantos adultos. Eles se lembram até hoje da educação e da civilidade que aprenderam comigo”, destaca, sempre citando trechos da Bíblia que ela, inclusive, está lendo inteira mais uma vez, para uma palestra.
There tem dúvidas sobre o número exato de jovens com os quais trabalhou, mas tem uma certeza. “Foram entre mil e duas mil crianças, somando todos os grupos e todos os anos”. Esse é o primeiro ano que There não trabalha com grupos infantis, por determinação médica. Apesar de sentir falta, ela não parece triste, pois, segundo a própria There, “tudo tem um fim, até a vida”. Questionada sobre o legado que deixa, ela é sucinta, apesar de tímida. “Minha vida profissional como dentista, o carinho pelas crianças e tudo que deixei na vida das pessoas. No fim, é isso que importa”, conclui.

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