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Papos de redação - 1262 ed

Sou mais Wagner Moura como Capitão Nascimento

O ator e agora também diretor de cinema, Wagner Moura (o Capitão Nascimento, de Tropa de Elite I e II), lançou, há poucos dias, Marighella: O guerrilheiro que incendiou o mundo, um controverso filme que trata de Carlos Marighella, um dos principais articuladores da luta armada contra a ditadura militar no Brasil.
A polêmica transcendeu ao conteúdo do próprio filme e alcançou a etnia de Marighella, vivido no filme pelo ator e músico Seu Jorge. Não há dúvidas de que Marighella não era branco, no entanto, compará-lo a Seu Jorge foi o estopim para o início do embate quanto a sua verdadeira etnia.
Wagner Moura assume um papel igualmente controverso ao apresentar o seu filme pago, aliás, com recursos provenientes da Lei Rouanet. Declaradamente ‘resistente’, Moura prefere deixar de lado sua sensibilidade ímpar de interpretar e assumir, de vez, sua narrativa ideológica. Ao falar sobre o filme, disse que o Estado brasileiro é racista e comparou a morte de Marighella à da deputada estadual pelo RJ, Marielle Franco.
Em relação a Marighella, o diretor ressaltou o fato de ele ser negro, revolucionário e que acabou assassinado por forças do Estado em 1969, no seu carro. “50 anos mais tarde, uma vereadora negra morreu da mesma forma nas mãos, provavelmente, de agentes do Estado”, completou Moura.
É grotesca a comparação feita por ele nos casos de Marighella e da vereadora carioca, cujo o caso ainda não foi solucionado, é verdade. Uma tentativa frustrada de igualar os casos, mas que como sabemos ocorreram em momentos (e regimes) políticos completamente diferentes.
Marighella foi político, considerado escritor, pois escreveu o Minimanual do Guerrilheiro Urbano, que é uma das suas obras mais divulgadas, para servir de orientação aos movimentos revolucionários. Nesta obra, detalhou táticas de guerrilha urbana a serem empregadas nas lutas contra governos ditatoriais e morreu justamente após optar pela luta armada, numa emboscada em S. Paulo.
Wagner Moura pode ser considerado mais um expoente da esquerda brasileira que romantiza bandidos ou condenados por corrupção, caso do ex-presidente Lula. Independente se Marighella fora negro ou branco, político ou um revolucionário, ele é considerado um assassino terrorista.
Sou mais Wagner Moura como Capitão Nascimento.


Bom final
de semana!

 

Julmei Carminatti

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