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Papos de redação - 1205 ed

Relatório devastador - O Banco Mundial entregou, nesta semana, um relatório com o diagnóstico detalhado sobre os gastos públicos no Brasil. E olha só a conclusão: os governos, tanto federal, estaduais e municipais, gastam mais do que podem; os gastos são ineficientes, pois não cumprem plenamente seus objetivos e, em muitos casos, de forma injusta, beneficiando os ricos em detrimento dos mais pobres. Pode parecer uma surpresa para quem não acompanha o meio político/econômico em Brasília, mas não se trata de uma novidade. Desde a abertura democrática no país tem sido assim. O documento diz que, nas últimas duas décadas, o gasto público no Brasil aumentou de forma consistente, colocando em risco a sustentabilidade fiscal do país. O déficit fiscal alcança 8% do PIB, e a dívida saltou de 51,5% do PIB, em 2012, para 73% neste ano.

Ah... a Previdência - O relatório analisa outros setores, mas, por exemplo, quanto à Previdência, pauta polêmica no Congresso, o estudo aponta que 35% dos subsídios beneficiam aqueles que estão entre os 20% mais ricos. E apenas 18% dos subsídios vão para os 40% mais pobres. Na aposentadoria do serviço público, a injustiça é ainda maior. O subsídio para os servidores federais custa o equivalente a 1,2% do PIB e, no caso dos servidores estaduais e municipais, mais 0,8% do PIB. No caso do serviço público, conclusões incômodas.
De acordo com o Banco Mundial, os servidores públicos federais ganham, em média, 67% a mais do que os trabalhadores da iniciativa privada. A diferença quando comparada com os servidores estaduais também é elevada: 30% a mais.
O problema no Brasil, comparando com outros países, não é o número de servidores, mas a remuneração incompatível com a capacidade de pagamento do estado. De acordo com o estudo, 83% dos servidores públicos integram o conjunto dos 20% mais ricos da população.

Na crença, na ideologia - Causa espanto ver pessoas, aqui mesmo, em Garibaldi, engajadas nessa campanha inglória para que Lula concorra à presidência em 2018 (e um espanto ainda maior até contra o enérgico combate que a Justiça vem dando à corrupção). Tal combate é o responsável principal pelo enorme avanço político e moral que o Brasil está vivendo. Portanto, ver essas pessoas, francamente, é de doer. A coluna tem, em vão, tentado compreender essa postura. Se considerar de esquerda, é uma coisa, mas ideologia é outra, bem diferente, e tolice e infantilidade são outra. Aceitar que esses mesmos defensores creem em Lula novamente presidente faz parte do processo, mas crer que Lula nada roubou, nem deixou roubar, é o enigma a ser solucionado.

Bom final de semana

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Julmei Carminatti

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